Imagens de segurança flagraram uma cena de extrema violência ocorrida na madrugada da última sexta-feira (1º), no elevador de um condomínio em Guará II, no Distrito Federal. O vídeo mostra o empresário Cleber Lúcio Borges, de 55 anos, agredindo brutalmente a companheira, de 34 anos, assim que as portas do elevador se abriram.
Nas imagens, a vítima aguarda o elevador quando, de forma repentina, recebe um soco no rosto assim que a porta se abre. Dentro da cabine, a agressão continua com intensidade: Cleber desfere vários socos e cotoveladas. A mulher chega a cair, tenta se defender com tapas, mas volta a ser atacada. A sequência de violência dura pouco mais de um minuto. Após as agressões, o empresário deixa o elevador, enquanto a mulher, ainda no chão, tenta acionar outro andar.
Cleber atua no setor moveleiro e é dono de empresas no Distrito Federal e em Goiás. Ele foi preso na manhã de quinta-feira (6), por violência doméstica e posse ilegal de armas e munições. No cumprimento do mandado, a Polícia Civil encontrou duas armas de fogo e uma grande quantidade de projéteis, todos sem registro. O empresário não possui porte nem autorização legal para mantê-los.
Apesar de ter pago fiança de R$ 25,9 mil, Cleber não foi liberado, pois a Justiça decretou sua prisão preventiva por conta da gravidade do caso. “Se não fosse o caso de violência doméstica, ele teria sido solto. Mas como há decisão preventiva, a prisão foi mantida”, explicou o delegado Marcos Loures, responsável pelas investigações.
A mulher agredida não procurou espontaneamente a polícia e também se recusou a solicitar medidas protetivas. A Polícia Civil foi acionada após médicos de um hospital particular desconfiarem das lesões apresentadas por ela, compatíveis com agressões físicas. A vítima foi internada por cinco dias, com fraturas no rosto e hematomas por várias partes do corpo. A mãe da vítima foi quem procurou os investigadores.
A polícia também apurou que a mulher já havia sido agredida em ocasiões anteriores, mas nunca formalizou denúncia. O caso segue sob investigação. De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), desde 2012, crimes enquadrados na Lei Maria da Penha podem ser investigados independentemente da vontade da vítima.
“A gravidade do caso exige ação do Estado. A polícia, o Ministério Público e a Justiça seguirão atuando independentemente da posição da vítima, com o objetivo de protegê-la e garantir sua integridade física”, afirmou o delegado.